terça-feira, 16 de abril de 2013


Cavalo do Tempo



Este foi o 5º CD de composições próprias que gravei, mas parece 

que é o primeiro por ter sido com certeza um recomeço, uma nova 

página. Não desmerecendo os outros trabalhos, mas parece que 

todos eles foram um grande preparativo para este momento. E posso 

explicar o porquê.

Em primeiro lugar, Cavalo do Tempo me traz de volta à minha raiz, 

o campo. Todos os meus ancestrais foram produtores rurais. Na 

minha infância acompanhei meu pai, meu ídolo, com suas atividades 

na fazenda de gado de corte, mas principalmente na criação de 

cavalos mangalarga marchador, e isso tudo me fascinava. Meu pai 

não deixou que eu me apaixonasse pela terra ao ponto de abandonar 

os estudos, como ele fez, mas o tempo se encarregou de me trazer 

de volta ao campo, não só de maneira poética, mas como um 

produtor também.

Além disso, artisticamente falando, acredito que os muitos 

dissabores e algumas conquistas da vida acabam nos tornando 

pessoas mais maduras e, na maioria das vezes, menos vaidosas. 

Acredito que nos meus CDs anteriores testei os meus limites 

poéticos e musicais. Fiz experiências. Não sei se eu mudei pra 

sempre ou é só uma fase, mas não sinto mais necessidade de testar 

limites. Quero me comunicar. Quero cantar o belo, o amor, a 

natureza, o simples e, de preferência, com e para outras pessoas. 

Vale dizer que a maioria das canções registradas neste álbum não 

foram compostas com instrumento musical algum em minhas mãos, mas 

sim durante uma cavalgada ou uma caminhada pelas trilhas que 

cercam nossa pequena propriedade nos arredores de Sorocaba.

A verdade é essa: tornei-me uma pessoa do campo em toda a 

profundidade. Voltei a ser criador de cavalos mangalarga 

marchador como meu pai e meu avô eram. A música que faço não 

poderia ficar de fora.

Espero que vocês gostem de Cavalo do Tempo. Deixo pra vocês a 

faixa “Terra rasgada”, uma paráfrase da minha vida nos últimos 

anos. Abaixo, uma foto do meu pai, Renato Lanes Lima, aos 17 anos 

montando o marchador Guarani e meu avô, Arlindo Cardoso Lima – de 

quem herdei o nome – segurando o cabresto.




Um comentário:

  1. Blog do Arlindo? Que grata surpresa.
    Cd novo e com um som novo? Um dos maiores músicos que já vi recolorindo sua maneira de pintar.
    Oque fica? Fica meu agradecimento e a vontade louca de ouvir o trabalho completo o quanto antes!
    Obrigado, Arlindo! Obrigado Mesmo!

    Paul Sant'Anna

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